Em reação a uma recente ofensiva ucraniana na região de Kursk, as forças armadas russas lançaram uma série de contra-ataques utilizando mísseis, drones e bombardeios aéreos. Esse movimento ocorreu após a Ucrânia ter conduzido um dos maiores ataques em solo russo desde o início do conflito, colocando as tropas russas em alerta máximo.
A ofensiva surpresa das forças ucranianas, ocorrida há uma semana, foi descrita pelo presidente Vladimir Putin como uma tentativa de Kiev de ganhar vantagem nas negociações futuras e atrasar o avanço russo nas linhas de frente. A ação ucraniana resultou na captura de uma parte do território russo, o que obrigou Moscou a realizar a evacuação de cerca de 200.000 civis e a mobilizar reforços militares.
Relatos de blogueiros de guerra russos destacam confrontos violentos ao longo da frente de Kursk, com as forças ucranianas buscando expandir sua posição. No entanto, as tropas russas, reforçadas com armamento pesado, conseguiram repelir muitos dos ataques. O Ministério da Defesa da Rússia divulgou imagens de bombardeios realizados por jatos Sukhoi Su-34 contra forças ucranianas na fronteira, alegando a destruição de dezenas de veículos blindados inimigos.
O Major General Apti Alaudinov, comandante das forças especiais Chechenas Akhmat, declarou que a ofensiva ucraniana foi efetivamente contida, frustrando os planos de Kiev de uma rápida vitória. A situação na cidade russa de Sudzha, um ponto estratégico para o trânsito de gás da Sibéria Ocidental, continua incerta, apesar de a Gazprom afirmar que a distribuição de gás através da cidade permanece ativa.
O governador interino de Kursk, Alexei Smirnov, informou que as forças ucranianas ocupam 28 assentamentos na região, com uma penetração de 12 km de profundidade e 40 km de largura. A Ucrânia, por sua vez, alega controlar 1.000 km² de território russo, uma área significativamente maior do que a indicada por autoridades russas.
Apesar dos ganhos territoriais da Ucrânia em 2022, a contraofensiva lançada em 2023 tem encontrado dificuldades para romper as fortificações russas, e as forças de Moscou continuam a avançar em solo ucraniano. Putin assegurou que as tropas ucranianas serão expulsas do território russo, mas a incursão ucraniana representa um desafio considerável para as forças armadas russas, evocando memórias da histórica Batalha de Kursk de 1943.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky justificou a operação como uma medida de segurança nacional, argumentando que a região de Kursk tem sido utilizada para ataques contra a Ucrânia. No entanto, ao desviar suas forças para Kursk, a Ucrânia pode estar se expondo a vulnerabilidades em outras partes de sua frente de batalha, o que poderia ser explorado pela Rússia.
Os aliados ocidentais da Ucrânia, que buscam evitar uma escalada do conflito, afirmaram que não foram previamente informados sobre a ofensiva. Putin, por sua vez, acusou o Ocidente de utilizar a Ucrânia como um peão em uma guerra por procuração contra a Rússia, enquanto o Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR) alertou que as ações de Zelensky correm o risco de desencadear uma escalada perigosa além das fronteiras ucranianas.
Na região de Kursk, cerca de 121.000 pessoas já foram evacuadas, com outras 59.000 ainda em processo de retirada. Na vizinha Belgorod, 11.000 civis também foram deslocados para áreas mais seguras, de acordo com autoridades locais.
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