A Ucrânia está planejando uma segunda cúpula de líderes globais para o final deste ano, com o objetivo de avançar nos esforços para encerrar o conflito com a Rússia. Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente Volodymyr Zelenskiy, está liderando a organização do encontro, que visa alcançar um acordo de paz justo após a primeira cúpula, realizada em junho na Suíça, ter falhado em atrair as principais nações do Sul Global.
Zelenskiy busca realizar a nova cúpula antes das eleições nos EUA em novembro, com a possível participação da Rússia. A iniciativa ocorre em meio a preocupações crescentes na Ucrânia e entre seus aliados ocidentais sobre o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA e a falta de avanços significativos no campo de batalha.
"A expectativa mais importante para a segunda cúpula é que ela estabeleça os principais pré-requisitos para o fim das hostilidades", disse Yermak em entrevista à Bloomberg na quarta-feira. "Precisamos acabar com esta guerra o mais rápido possível para alcançar uma paz justa."
Yermak sugeriu que a próxima cúpula seja realizada em um país do Sul Global, provavelmente no Oriente Médio, como um gesto de "unidade mundial" diante das tentativas russas de dividir a comunidade internacional.
A cúpula anterior na Suíça foi marcada por impasses, com a Rússia exigindo que a Ucrânia cedesse territórios como condição para a paz, proposta rejeitada por Kiev. A Rússia não foi convidada para o encontro, e a China se recusou a participar.
Embora a Ucrânia tenha tentado focar em temas que poderiam obter consenso, como segurança nuclear e o retorno de crianças raptadas, a cúpula também não conseguiu atrair o apoio de nações-chave como China, Índia, Brasil e África do Sul.
Garantir a participação da China na próxima cúpula é considerado crucial. "A China é um grande ator capaz de influenciar a Rússia", afirmou Yermak. No entanto, até o momento, os sinais não são encorajadores. O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou ao seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, que "ainda não era o momento" para negociações de paz com a Rússia.
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